sexta-feira, 6 de abril de 2007

"Sofismas" nas declarações do governo


Esses dois vídeos foram outro fruto de um trabalho de filmagem feito por mim, Pedro de Araújo, e Karina Gomes novamente fez as entrevistas. O evento foi "Sempre um Papo", promovido pelo SESC-Paulista no dia 4 de abril para a divulgação do livro "Videologias", trabalho de Eugênio Bucci e da psicanalista Maria Rita Kehl. Interessante a fala de Eugênio Bucci, presidente do orgão público de comunicação Radiobrás, sobre as declarações governamentais sobre a emissora estatal. É um "não projeto", conforme dito por Fraklin Martins, encarregado da iniciativa. Fazendo um paralelo filosófico, podemos dizer que o governo então age como os sofistas gregos.

Sofisma, nome dado ao raciocínio lógico, mas inconclusivo, foi fortemente criticado por Sócrates e por seus discípulos: Platão e, mais posteriormente, Aristóteles. Com pensamentos aparentemente válidos, os sofistas vendiam tal conhecimento para que seus discípulos pudessem convencer as grandes massas com sua linha discursiva altamente desenvolvida. Górgias de Leotini, por exemplo, conseguia provar pela sua linha de pensamento a não existência do ser, pois ele não pode ser captado pelo pensamento. Não estaria o governo, com o projeto de Hélio Costa, tentando convencer as massas após retirar boa parte de suas declarações pelas críticas? Qual é a real intenção por detrás das palavras? Eugênio Bucci, no segundo vídeo, já não faz um trabalho de comunicação satisfatório com a Radiobrás ou seria necessária outra emissora?

2 comentários:

Karina Gomes disse...

De fato, os murmúrios sobre a criação de uma nova TV para o Brasil são resultado de um "não-projeto". O precursor da discussão, o ministro de Comunicação Social Hélio Costa, iniciou a discussão lançando o "projeto" Rede de TV pública do Executivo. Na própria designação há ambigüidade: como essa TV pode atender interesses públicos se será comandada pelo referido poder?
Esperemos,logo, a realização do "1º Fórum de TVs Públicas do Brasil", ainda neste mês, em que estará em pauta esse assunto tão pertinente ao país.

Karina Gomes disse...

Retificação:

Na própria designação há ambigüidade: como essa TV pode atender interesses públicos se, supostamente, será comandada pelo referido poder?