domingo, 9 de setembro de 2007

O sétimo saber: aquecimento global

Após alguns dias sem escrever, volto para concluir minha análise dos saberes de Edgar Morin nessa excelente obra não só para educadores, mas para todas as pessoas preocupadas com conhecimento no futuro.

Todas as comparações feitas nas outras postagens visavam explicitar as diversas maneiras que seus ensinamentos podem ser aplicados nos acontecimentos circunstanciais. Nesse saber que fecha os conceitos do livro, A ética do gênero humano, não há nenhum melhor exemplo do que o aquecimento global, antigamente chamado de "efeito estufa". Embora seja uma reação afirmada como natural do planeta Terra em sua passagem de anos, as conseqüências da emissão de gases com carbono, nitrogênio e outros elementos que aumentam impermeabilidade das camadas gasosas na atmosfera, tornam difícil a saída de calor após o aquecimento recebido do sol dia-a-dia.

Por isso a conseqüência da falta de esforço conjunto pode tornar a temperatura planetária impossível para a vida humana. Progressivamente, o aquecimento começará derretendo ainda mais as calotas polares nas extremidades sul e norte do planeta, causando inundações. Com o passar do ano, regiões desérticas se tornaram inabitáveis, começando a afetar as de clima mais ameno. Uma ética, principalmente em conjunto, deve ser pensada para mudar o curso da história humana.

“A antropo-ética instrui-nos a assumir a missão antropológica do milênio:

Trabalhar para a humanização da humanidade;
Efetuar a dupla pilotagem do planeta: obedecer à vida, guia a vida;
Alcançar a unidade planetária da diversidade;
Respeitar no outro, ao mesmo tempo, a diferença e a identidade quanto a si mesmo;
Desenvolver a ética da solidariedade;
Desenvolver a ética da compreensão;
Ensinar a ética do gênero humano.”

Essas instruções do conceito que ele mesmo criou em seus estudos filosóficos não constroem meramente um manual, cada uma das suas normas permite uma reflexão que, quase imediatamente, pode ser aplicada às medidas contra o perigo do aquecimento nocivo. Ele propõe muito mais do que ética, do que democracia: ele promove, pelos seus escritos e exemplos, uma aula de complexidade e como fazer um bom uso dela.

Fazer uso do complexo, não se limitar em reducionismos ou definições imutáveis. Trabalhar com o específico e seu contexto. A prática a favor do próximo, para Morin, acaba por ocorrer quando se reconhece nele a nossa identidade como gênero humano, que a antropologia bem explica. Os progressos humanos, quando começam a colocar em risco a vida do planeta, pedem uma ecologia que impeça a pior situação. Repensar o destino e o processo total da humanidade.

“Enquanto a espécie humana continua sua aventura sob a ameaça de autodestruição, o imperativo tornou-se salvar a humanidade, realizando-a.”

Por essa última comparação, eu encerro a análise do livro Os sete saberes necessários à uma educação do futuro. As situações, quando não explicam por si, lançam perguntas ao leitor para que não se limite ao conceito fechado sobre os acontecimentos que o cercam, pensando detalhes e toda a realidade que é criada.

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