sexta-feira, 30 de março de 2007

Os "marginalizadores de negros" em Lévi-Strauss


"March 30, 2007, 12:50 pm
Jackson Slams Fox-C.B.C. Debate Deal
By Kate Phillips
The Rev. Jesse Jackson has been enlisted by a grassroots online group, Color of Change, to denounce the deal announced on Thursday between Fox News and the Congressional Black Caucus for two presidential debates later this year. "

New York Times. Tradução:
"Jackson ataca o acordo Fox-C.B.C (Congressional Black Caucus) de debate

O Reverendo Jesse Jackson foi listado por um grupo online de movimento político, Color of Change, ao denunciar o acordo anunciado na quinta-feira entre a notícia da Fox News e o Congressional Black Caucus para dois debates presidenciais no final deste ano."


O Congressional Black Caucus agrega representantes afro-americanos no congresso americano. A real causa da denuncia do reverendo Jackson é que, apesar de ser um acordo destinado aos debates presidenciais, a emissora escolhida foi a Fox, conhecida por seu forte preconceito contra negros.

Segue-se abaixo uma declaração de Jesse Jackson, nessa notícia, que eu traduzi:

"Eu estou decepcionado pela parceria do Congressional Black Caucus com a Fox, e incentivo-os fortemente a inverter essa decisão. Por que os candidatos presidenciais, ou uma organização que fosse supostamente advogar à favor dos afro-americanos, dariam um selo do legitimação a uma rede que marginalizou continuamente líderes negros e sua comunidade? A Fox moderando um debate presidencial com assuntos da importância para negros americanos está demonstrando literalmente a raposa guardando a presa - a Fox deve ser rejeitada."

Relacionando filosoficamente e antropologicamente essa notícia, temos a tese do filósofo belga e professor Claude Lévi-Strauss. Em seu texto "Raça e História" do livro "Antropologia Estrutural II", ele aborda a evolução das raças ou etnias humanas como fruto de um pensamento etnocêntrico durante toda sua história. Para Strauss, as diferenças existentes entre as culturas e as reações de aceitação ou repúdio são fruto do ponto de vista da civilização em questão. Comparando o convívio social mais com um "jogo", Lévi-Strauss revela que o conceito evolucionista na sociologia foi fruto de uma comparação equivocada com a obra do biólogo Charles Darwin em sua obra-prima da ciência, a "Evolução das Espécies".
As diferenças culturais, segundo ele, devem continuar existindo e mudando, mesmo com seus passados em massacres e guerras. Essa matéria do New York Times é a prova disso, através do pronunciamento do reverendo revelando um medo consistente e ativo entre os afro-americanos. Apesar desses estudos serem mais relacionados às aulas de antropologia do Professor Edemilson na Cásper Líbero, em especial sobre o modelo estruturalista, o texto não perde seu fundo filosófico. Strauss é influente no universo antropológico por seu pensamento organizado em explicar os fenômenos sociais decorrentes da interação humana e como nós temos um "ponto de vista muito particular" dentro de nosso contexto cultural, mesmo numa "Sociedade Mundial" como a de hoje. É formado em direito e filosofia pela Universidade de Sorbourne, França.

4 comentários:

Cecília do Lago disse...

Só tenho uma expressão que resume o que eu sinto.
Ó paí, ó.
Esse pessoal aí, os afro-americanos (que de afro não tem absolutamente nada) estão fazendo tempestade em um copo d'água. Reclamam que a Fox não merece intermediar a discussão alegando que ela sempre foi preconceituosa com os negros. Ora, não estão sendo eles mesmos preconceituosos com a Fox??? E daí que no passado ela marginalizou os negros, essa é sua grande chance de provar para o mundo que não é um canal racista. Os negros deviam incentivar a Fox, para tirar essa imagem e esse comportamento racista do canal. Isso sim traria um bem para os negros.
Mais uma vez, eles provam que antes de serem afros, são americanos acima de tudo e estão sofrendo do mesmo mal branco, a hipocrisia.
Sejamos todos hipócritas e aí sim teremos um mundo justo e com igualdade!!!
O Sonho Americano!!
Essa notícia é a clara imagem de como vemos a outra cultura baseando-se na nossa ótica de ver o mundo.

Anônimo disse...

Talvez sejam todos os problemas no mundo frutos de alguma criação e nenhum gerado ao acaso.

Essas denominações relacionadas à origem de pessoas deveriam todas cair no olvido. O mundo não é mais dividido etnicamente, existe todo tipo de pessoa em todo tipo de lugar, mesmo que em proporções ínfimas.

O homem deveria parar com essa burocracia cultural e realmente derrubar preconceitos. A lei não deveria criar divisores de ondas e os emissores/difusores de cultura geral (popularmente conhecidos por meios de comunicação em massa) deveriam tratar o 'racismo' de uma forma menos racista.

Parem de falar em racismo e comecem efetivamente a tratar as pessoas de forma igual. Difunda sim a idéia de que somos semelhantes (porque a igualdade genética é impossível até onde meu curto conhecimento pode chegar).

Viva o 'daltonismo da melanina'! Onde todos nós vemos o homem com uma cor - a de Homo sapiens sapiens.

Renato Kestener disse...

Discordo de que o mundo não é mais dividido étnicamente, isso está longe de ser realidade.
Os anos 90 foram marcados por lutas de origem étnica que mataram milhões, o conflito dos balcãs, os inúmeros genocídios na África que continuam a ocorrer, só para citar exemplos.
Porém concordo com todo resto, o texto aborda um tema que é, e continuará sendo, atual por um longo tempo. A solução para os problemas étnicos, se é que existe, nunca partirá de leis, depende apenas da própria sociedade.

Cecília do Lago disse...

Só uma dúvida:
Esse levi straus aí é algum parente daquele levi straus que inventou a caça jeans?????