quinta-feira, 29 de março de 2007

Ato de doação: contrariamos Maquiavel?



Nascido em Florença (Itália) no dia 3 de maio de 1469, Nicolau Bernardo Maquiavel foi historiador, poeta, diplomata e músico do Renascimento. Muitos o reconhecem como o fundador da ciência política moderna porque foi o primeiro a escrever sobre o Estado e o governo como realmente são conhecidos.
Crítico ferrenho do governo da família Médici em sua cidade natal, Maquiavel não acreditava em uma política inspirada pelo amor.
Em uma de suas citações ele diz: “Pode –se dizer isto, em termos gerais, a propósito dos homens: eles são ingratos, inconstantes, fingidores e impostores, covardes e gananciosos; enquanto trabalhares para seu bem e o mal estiver longe, eles estarão a teu lado, e oferecerão o seu sangue, a sua propriedade; mas quando o mal chegar perto de ti, eles virar-te-ão as costas.” “...Parte do pressuposto de que todos os homens são maus e sempre dispostos a mostrar a sua natureza viciosa, sempre que a ocasião se lhes deparar.”
Respeitando o pensador que diz “em termos gerais”, na última terça –feira 27 de março de 2007 alguns alunos da faculdade Cásper Líbero e também funcionários da fundação mostraram que nada pode ser generalizado, que, por mais que seja difícil de encontrar, boas ações ainda existem, nem todos viram as costas.
Em campanha promovida pelo Centro de Hematologia de São Paulo, aproximadamente 100 pessoas doaram seu sangue em um ambiente montado na própria faculdade. O procedimento era simples e o doador só precisava ter entre 18 e 65 anos, pesar mais de 50 kg, não possuir DST’s e não ter tido doenças infecto-contagiosas nos últimos dias.
A doação em si durava de 5 a 10 minutos variando de acordo com os mL’s doados (calculados a partir do peso de cada um).
O sangue do voluntário é recolhido para armazenamento em um banco de sangue ou para uso subseqüente em uma transfusão de sangue.
Sempre que alguém precisa de uma transfusão para sobreviver só precisa contar com a solidariedade de outras pessoas já que a ciência ainda não encontrou nenhum substituto para o sangue humano. Doar é simples, rápido e seguro, mas, para quem recebe esse gesto vale a vida.
É normal que depois da doação a pessoa sinta-se fraca, por isso, é aconselhável comer o lanche, no caso dado pelo próprio centro, e permanecer sentada por 15 minutos. Mas mesmo quem passou mal após doar seu sangue garante ter valido a pena.
Aqui cito Maquiavel novamente, porém, nesse contexto é impossível discordar de: “Os fins justificam os meios.” A respeito do mal prefiro Mark Twain (pseudônimo de Samuel Langhorne Clemens) nascido na Flórida em 30 de novembro de 1835, que disse: “Todo homem é uma lua, com um lado escuro permanentemente escondido dos outros.” Temos em nós o mal, mas também somos capazes do bem.

(Para mais informações sobre como doar sangue favor acessar: www.chsp.org.br)

Um comentário:

Pedro Zambarda disse...

Gostei da proposta de postagem e, apesar de comparar como em outros posts, você colocou uma situação que não necessariamente condiz com o saber de Maquiavel.

Constituiu, assim, uma crítica mais aparente, mais da natureza humana e com excelentes citações.