terça-feira, 22 de maio de 2007

Minúsculo informativo paulistano da “pouco famosa” zona norte

Estava, nesses dias, lendo um pequeno jornal de bairro dessa região onde moro (esses que são gratuítos mesmo) e reparei em detalhes que estão claros no pequeno texto aqui. Exercendo um pouco de descrição de ruas, vou tentar narrar o que é meu lar talvez não "tão doce", mas bem particular.

A brisa fria da manhã se tornava refrescante e menos agressiva com o passar das horas na Rua Voluntários da Pátria. Desde as 6 da manhã, as travessas do bairro paulista de Santana formam o circuito de tráfego dos trabalhadores, do comercio local e dos mendigos que começam a procurar comida. Obras monumentais, como o metrô, contrastam com as pichações, algumas ofensivas, em suas paredes. Os miseráveis e a poluição visual não poderiam estar completos, é claro, sem a adição da aparência degradada desde a sinalização de transito até o asfalto em si. A rua Darzan, sem nenhum prestígio, reúne os sem-teto, escritórios de advocacia, prédios residenciais e comerciais num mesmo meio e nas redondezas do enorme bingo de Santana, onde várias senhoras comparecem diariamente.
Subindo a Rua Doutor Zuquim e adentrando cada vez mais na pouco conhecida zona norte de São Paulo, vemos paisagens múltiplas: árvores proliferando cada vez que subimos a rua, prostíbulos discretos, a Igreja Nossa Senhora da Salete, lojas de móveis, um pequeno comércio. Embora cada vez mais expandido, os estabelecimentos conservam uma simplicidade típica da região em comparação com as demais.

O bairro do Jaçanã, conhecido antigamente por pouquíssimas linhas de ônibus para seu acesso e por diversas ruas de terra, hoje é mais povoado, mais pavimentado e, por conseqüência, com suas próprias favelas e suas próprias áreas nobres. A impressão que temos, com isso é que, paralelamente ao extremo desenvolvimento de outras regiões, agravamento de crises e outros fatores, a zona norte paulistana permanece num desenvolvimento mais prematuro, num descompasso proposital.

Não é possível andar na calçada de determinadas ruas, como a Alcindo Bueno de Assis, no bairro Barro Branco, e seus asfaltos semi-destruídos. O cheiro na neblina fria da Avenida Água Fria e as várias construções não terminadas próximas à Academia da Polícia Militar lembram vestígios campestres da cidade. Alguns bancos surgem, querendo sugerir progresso, mesmo com o “rosto retrogrado” da região que guarda vestígios rurais mais ricos do que a arborização artificial da Avenida Paulista ou da zona sul. Nada nessa região, exceto pela criminalidade e os problemas generalizados, lembram, por exemplo, o bairro de Guaianases ou Itaquera, ambos na zona Leste. A zona norte parece, isso sim, outra cidade.

7 comentários:

Anônimo disse...

Gostei desse texto, não por ter algo a se discutir, mas acho que é só um comentário particular.

A descrição ali escrita, me faz lembrar do bairro onde moro. Não sei se é uma zona norte, ou leste, por que sou meio perdido quanto a isso, mas o aspecto visual dos lugares citados, me fazem vir a mente imagens de como seria esse lugar. É claro que no meu caso, é tudo em menor proporção, pois sou do interior, mas me faz pensar no quão grande é esse nosso mundo, e também o quão diferente ele pode ser.

Isso me leva a refletir no descaso das administrações, que deixam o nosso ambiente pesado, a criminalidade livre por aí, toda essa paisagem feia, como vemos na maioria da grande São Paulo. Por outro lado, acho bonito ver que, com tantas adversidades, nosso povo ainda luta e sonha por um futuro melhor.

Pedro Zambarda disse...

É mais ou menos por ai a reflexão que eu quis sugerir mas achei que, se explicitasse, estragaria o texto, TDM.

Guilan disse...

achei legal isso. O bairro do jaçanã deve ter a mesma população da minha cidade, Jaraguá do Sul.

Anônimo disse...

Ah a Zona Norte.
Com sorte estamos a ela consortes.
Ou não...

Ela é mais variante que uma senóide. Isso de fato.

Mas é uma das cidades de São Paulo. (Isso é fato)

Sem muita criatividade.

Anônimo disse...

ronc...zzzzz
ronc...zzzzz
ronc...zzzzz

Anônimo disse...

O Carrasco não presta...

Anônimo disse...

Olá Filósofos cibernéticos!!!!!
Somos do 1º JôC, grupo Devaneio Urbano. Nosso blog mudou de endereço. Acessem www.devaneiourben.blogspot.com
Lá vcs encontram notícias, notas sobre as aulas, foto da semana, frase do dia e muito mais....
Beijos
Equipe Devaneio