quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Reutilizando a prosa poética

Toda renovada lá estava sem seu lugar a atrair excursões, admiradores, de cabelos brancos aos mais coloridos possíveis, rosa púrpura brilhava em meio a todos os outros.
Um universo paralelo que se configurava naquele momento e reunia diversas intenções, desejos secretos que se revelavam pelo simples modo de olhar.
Era um mar de gente com estrelas no lugar dos olhos, e que por mais diferentes que fossem entre si, conseguiam compreender o sorriso bobo, ainda meio tímido de quem lê uma poesia na parede de gesso e ali encontra uma parte sua que estava faltando.
O que não teria a dizer a Antropologia?
Nas palavras da poeta: “Queria ao menos entender que não entendo”, é nesse segundo que o peso da idade apoiado na bengala encontra o olhar vislumbrante da mocidade e como em um passe de mágica uma gotinha de chuva cai de cada estrela que ocupava o lugar dos olhos. Entendem-se de modo que a careca parece ser amiga íntima daquele black power que há pouco estranhara.
As centenas de gavetinhas marrons são portas que nos imergem em uma interação surreal em instante nada virtual. Cada uma abre espaço para percepções distintas que incrivelmente tocam a todos de maneiras diferentes e ao mesmo tempo similares. São pequenas gotas d’água escorrendo, são verdadeiras tempestades inundando rostos, são sorrisos tímidos de quem ainda não se permitiu gostar e são também verdadeiras gargalhadas de emoção.
O céu se faz na mesa azul que não só pela cor o remete, são sufixos e radicais unidos a formar muito mais do que palavras, eles formam brincadeiras entre pessoas que antes diriam nem se conhecer.

Um comentário:

Pedro Zambarda disse...

Conexões das várias viagens pessoas, uma interpretação da metalinguagem!

Adorei, Juliana!