sábado, 25 de agosto de 2007

Papai, quero brincar!

Outro dia estava lendo a Veja (por favor me perdoem), uma reportagem sobre o recall que a Mattel está fazendo no mundo inteiro por conta de um defeito em alguns de seus brinquedos, entre eles, a clássica boneca Barbie.
Comecei então a pensar sobre (poucas) formas de diversão que existem hoje para uma criança se divertir. Ora, já é um milagre quando meu irmão pede um brinquedo de dia das crianças. Hmm, brinquedo... Afinal de contas o que é brincar hoje em dia? Não posso ser generalista, é claro, mas é uma verdade que já são raras as vezes que um jovem escolhe brincar de pique - esconde, ao invés de jogar a última versão daquele jogo de futebol que reproduz (surpreendentemente de maneira fiel) a cara do Ronaldinho Gaúcho. E pique-bandeira então? Nem sombra.
Imagino o que muitas mães estão pensando agora, sobre esses brinquedos que podem por em risco a vida de seus filhos – uma criança morreu nos Estados Unidos, após ingerir um imã que se desprendeu de sua Barbie e retorceu seu intestino.
Bom, então vamos pensar: que outras formas de diversão saudáveis (afinal, brincar de Barbie ou Batman é excelente para o desenvolvimento do imaginário de uma criança) restaram?
Cinema? Ok. É uma boa saída, mas duvido que existirá algum pai sem cabelos brancos, de tanto pagar os preços super “acessíveis” que os cinemas oferecem. Que tal comprar uma Susi?. Quem? É aquela outra. A mal amada das bonecas. Infelizmente, sua irmã mais velha, a Barbie, além de ter feito intercâmbio em vários países, deixou apenas as migalhas de sua fama para a versão nacional produzida pela Estrela. Vamos à outra solução: que pai nunca disputou o campeonato da rua em que morava em um bate-bola dois contra dois contra o seu vizinho? E aquele que conseguisse manter o peão rodando por mais tempo, ganhava um pirulito do adversário? “Bons tempos” - pensam eles, nostálgicos. Mas como transmitir isso ao filho? Provavelmente um ônibus irá passar por cima da bola, já no primeiro chute. E como jogar peão se todos estão guardados a sete chaves por colecionadores que cobram fortunas por uma relíquia dessas? Na hora do aperto, é melhor ceder a ultima opção: jogos de videogame. Mas espera aí, e aqueles estudos que o jornal divulgou outro dia sobre a violência presente nos jogos vendidos atualmente? “Melhor mandá-lo para um reformatório”. Calma! Não é preciso tanto! Se você se encaixa (ou se encaixará) na categoria preocupado-com-o-futuro-do-meu-filho, não se preocupe, há uma cartada final! Em tempos de brinquedos assassinos e filhos dispendiosos, o jeito é apelar para o par ou impar.

5 comentários:

Anônimo disse...

só mesmo baixando os filmes da internet

MarceLo Cabrera disse...

É...a maturidade chega cada vez mais cedo! Um BELO SACO isso....cacete!!!!

às favas com o intervalo! VIVA O RECREIO!

Anônimo disse...

O negocio é arriscar um futebolzinho em quadra de prédio.........

Anônimo disse...

Hoje em dia, 10 anos já tá atrás das menininhas, deixando a infância de lado e pulando já pra adolescência.. e pensar que eu brincava na rua até meus 15/16 anos, brincava sim de esconde-esconde, mãe-da-rua e um monte de coisa até essa idade. Não tenho vergonha disso, e aqui no interior era bem mais comum esse tipo de coisa. Mas hoje em dia, até por aqui, no fim do mundo, é raro uma criança brincar de carrinho, brinquedo mesmo, até depois dos 12. Infelizmente acho que é uma coisa que não tem volta, só tende a piorar. Saudades desse tempo, em que éramos crianças mesmo...

Anônimo disse...

Pois é, o mundo humano atual está desvirtuando a natureza do próprio homem.

Viva a eficiência na produção!