segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Concretando

Metrô: Pessoas...

Há 50 anos, surgia no país, um novo tipo de poesia. A poesia concreta. Com o propósito de misturar o texto verbal com o não-verbal, ganhou adeptos por todos os lados. Não apenas o caráter visual, mas também o sonoro, compõem os pilares formadores dessa vertente poética que prega a transdisciplinaridade em sua arte.
Sua história se inicia em um contexto histórico marcado pela exaltação da nacionalidade em um Brasil que crescia rapidamente e conquistava o maior título do futebol mundial. Foi nesse cenário de liberdade e alegria que a poesia concreta nasceu. "O espírito não estatal começa a se manifestar", afirma Décio Pignatari, um dos expoentes do movimento. Junto a ele, poetas como Augusto de Campos e Haroldo de Campos puseram à tona o experimentalismo, característica fundamental da poesia concreta.
Alguns herdeiros desse movimento, como o músico Arnaldo Antunes e o produtor Júlio Bressane, souberam valorizá-lo, mantendo a sua essência inovadora de quebrar a barreira entre o visual e o escrito, dando continuidade a ele até os dias de hoje.
Para aqueles que se interessaram por esse jeito inovador de fazer poesia, acontece até o dia 19 de Setembro, no Instituto Tomie Othake, a exposição Poesia Concreta - O Projeto Verbivocovisual. Av. Faria Lima, 201, 2245-1937. 3.ª a dom., das 11 às 20 horas. Grátis

Como a maioria dos casperianos, vou diariamente de metrô até a faculdade. Lugar definitivamente inspirador ( entre outros é claro, como o museu da Língua Portuguesa, que serviu de inspiração ao belíssimo poema de nossa colega Juliana).

2 comentários:

Pedro Zambarda disse...

É um tipo de poesia interessante. Além de altamente figurativa, é muito verbal.

E é uma criação nacional muito apreciada no exterior.

Parabéns pelo post, Paulo!

Karina Gomes disse...

A poesia concreta é muito útil para retratarmos a sociedade de forma sucinta e, até, divertida.

Um poema concreto que gosto muito é o "Simultaneicidades", em que os conjuntos de casas são montados com situações cotidianas e o espaço entre os versos são as avenidas e ruas. Só que esqueci o autor!

Parabéns, Paulo! Poste a crônica tbem. Ops, podia falar?